domingo, 23 de novembro de 2008

Receita Infalível para driblar a Crise Financeira Mundial de 2009... Na realidade, uma Receita para ser Feliz...








































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Pessoal...

Por favor, nada de planos mirabolantes para 2009...

Que...

Acabam sendo empurrados para 2010...

Tente algo plausível...

Independente dos resmungos da Crise Financeira Mundial provável...

Algo simples...

Quer ver?

Adote um cachorrinho...

Minúsculo...

Filhote...

De preferência vira-latas...

Um street-dog abandonadaço...

Vejam só...

São obedientes e dóceis...

Ótimos companheiros...

São os mais sinceramente fiéis...

Fiéis, mesmo!

Agora, experimente?

Só para sacanear lhe batize com o nome de...

“Schweitzer”...

NÃO!

“Jorge Schweitzer”, nunca...

Isto...

“Schweitzer”!

Somente...

Quê?

Vai dar mierda?

Nada...

Garanto...

Palavra...

Assim, ó...

Cuide dele desde o princípio...

Dê-lhe mamadeira enquanto ele fingir que não sabe se alimentar sozinho...

Ensine um montão de dengos...

Não se incomode com um ou outro estrago que ele providenciar enquanto se acostuma com a nova casa...

Apesar dos cadarços - de seu tênis preferido - estraçalhados e do jornal em frangalhos que você ainda não leu, não brigue com ele...

Todo relacionamento exige compreensão enquanto um desconhece os limites do outro...

A partir daí “Schweitzer” começa a cuidar de você...

Quer ver?

Quando o tédio da solidão lhe atacar implacável?

Chute uma bola murcha no quintal para ele apanhar entre os dentes devolvendo faceiro...

Não lhe permitindo pensar em abandono, entre latidos e mordidas de mentirinha...

Então...

Quando você se amedrontar com os estrondos dos fantasmas da noite?

Barulho de algo que você cisma que possam ser tiros de bandidos cruéis?

“Schweitzer” irá lhe dar a falsa sensação de segurança que você necessita...

Ao partir raivoso em direção ao possível invasor...

Já que delimitou seu território com sua pata traseira direita levantada sobre seu tapete da sala que molhou e você esfregou seu focinho para não repetir a sujeira dentro de casa...

Mais...

Quando a vida lhe der porradas incompreensíveis?

Lhe dê um banho de mangueira debaixo daquela árvore do jardim...

E fique admirando ele estremecer respigando água em redemoinho...

Que no contraste do sol se transforma num arco-iris formidável enquanto você também se encharca na brincadeira...

Quer mais?

Quando, num sábado à noite, estiver só...

Com sensação de abandono que não merece...

Vista aquela sua camiseta de mangas cortadas, que apesar de surrada tem um cheiro de Confort inebriante...

Pegue um baita filme na Locadora...

Quem sabe...

Cinema Paradiso?

O Poeta e o Carteiro?

Ou, Sociedade dos Poetas Mortos?

Faça trilhões de pipocas...

Compre uma imensa Fanta Uva...

Apague as luzes...

E deite a cabeça de seu companheiro ao colo...

Lhe fazendo cafuné...

E depois o ponho a dormir sob seus pés gelados...

Mais?

Quando seu dia estiver péssimo?

Não esqueça que ele estará lhe aguardando arranhando a madeira ao ouvir a chave rodar...

Todo eufórico ao você abrir a porta da sala...

Quer você esteja com todas suas contas atrasadas ou tenha acertado na Mega Sena...

Pôs bueno...

Quando você cismar de chorar baixinho?

Lavando, sanga abaixo, decepções?

Lembre de levá-lo até o mar...

De preferência no Posto Seis, ali perto do Marimbás...

Acho - não sei por quê? - que ele adora aquele local...

Abaixo de gaivotas, barcos, ondas e a visão total de Copacabana imponente...

Experimente deixá-lo compreender as ondas...

Entre tombos engraçados na espuma do mar e cambalhotas empanadas na areia que irão matar você de rir...

Nem ligue a quem desdenhe de sua nova paixão...

Possivelmente ele não é um ser importantão que todos percebem que tem o poder de fazer pessoas felizes...

“Schweitzer” encherá sua existência de alegrias bobas e impagáveis...

Porém...

Cuidado...

Na passagem do Ano Novo ele tem sentidos aguçados...

Eventos, que para nós são comuns, para ele são determinantes...

Possivelmente você fique imaginando que ele está incomodado com o barulho dos fogos...

Tenho a percepção que possa ser uma vontade imensa de que você fique ao seu lado, fazendo carícias ignorando o que se passa lá fora...

Agora um último recado...

Não esqueça...

Ele irá viver menos que você...

Muito menos...

Um dia terá que ir embora...

Você viverá para sempre...

Não fique triste...

Quando ele partir, adote outro, e lhe dê o mesmo nome...

Dá sorte!

Depois me envie email contando...

Tá “venu”?

Fácil...










Jorge Schweitzer









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