quinta-feira, 22 de julho de 2010

O 190 da PM...

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Domingo passado, às 16h 09min, liguei para o 190...

O atendente identificou-se como Luiz Fernando...

Descrevi um sujeito suspeito circulando entre carros, retidos pelo semáforo, em frente ao Monumento dos Pracinhas próximo a Praça Paris...

Não parecia pedinte...

Branco, 25 anos aproximados, 1m 70cm de altura...

Bermuda colorida, moleton verde e tênis preto...

Motoristas assustados passaram a desobedecer o sinal vermelho...

Sugeri que uma patrulhinha passasse por lá para espantar o sujeito...

Daí Luiz Fernando saiu com esta:

- O senhor poderia informar qual situação de emergência ocorre no local que justifique operação da Polícia Militar?

Respondi:

- Amigo, realmente algo me leva crer que seria prudente checar já que devem existir viaturas circulando na área com intuito exatamente de prevenção...

Luiz Fernando pareceu pouco entusiasmado com meu palpite...

Repeti:

- Acho que não custa nada averiguar se o cidadão está armado ou quais suas intenções... Mas, dependemos de sua avaliação... Caso ache irrelevante a informação simplesmente desconheça...

Luiz Fernando desligou em silêncio...

Engraçado, o serviço 190 não tem qualquer utilidade para prevenção de crime que é a função ostensiva da PM...

Serve algo como registro funeral...

O 190 descrê de informações previamente apesar de possuirem bina para localizar o interlocutor e retornar ligação em caso de dúvida...

Os atendentes do 190 deveriam dispor de um cadastro para cruzar imediatamente se aquele telefone pertence a quem se identica e há quanto tempo...

Alguém que possui o mesmo número de telefone há dez anos pelo menos não iria se arriscar numa brincadeira juvenil...

A tecnologia pode ser aliada respeitando sigilo...

Cidadão que liga para o 190 dando seu nome completo e confirmando numeral do celular não pode ser ignorado...

Alguma coisa pode e deve ser aperfeiçoada...

O 190 simplesmente como atendimento de crimes sacramentados é inócuo e desnecessário...

Para isto temos o serviço de recolhimento de cadáveres que atende por outro número...



Jorge Schweitzer



PS: Ah! Sim... Teve outra vez que uma mendigo sacou debaixo do casaco uma machadinha (isto mesmo, inacreditável) para agredir outro morador de rua e pedi auxílio para aquele trailer ali debaixo dos Arcos... Outro dia eu conto...



2 comentários:

  1. À propósito, os tristes casos que estão na mídia nos últimos dias, incluindo o atropelamento e morte de Rafael Mascarenhas, envolvem criminosos de classe média pra cima. Mesmo que alguns tiveram infância dif ícil como no caso do goleiro Bruno, conheceram o sucesso financeiro mais tarde.

    Enquanto o Brasil não entender que está construindo uma sociedade OCA, viveremos com medo de tudo e de todos. Seremos vítimas de nós mesmos. Crimes acontecem em todos os lugares do mundo, mas o Brasil é um dos líderes em assassinatos, mortes no trânsito e violência urbana em geral.

    Olho novamente para 25 anos atrás pra tentar entender se existiu um processo de mudança, pra onde as coisas caminharam...e concluo que nada mudou. Era péssimo, continua horrível. Tínhamos medo, agora temos pavor. Era uma sociedade violenta, agora é igual ou pior.

    E é uma violência que se espalha em toda a sociedade. Repito: estamos criando uma sociedade vazia, egoísta, psicologicamente fraca, superficial e alienada. Eu ainda quero crer que os jovens de hoje serão melhores do que minha geração, mas duvido. Temo que essa geração seja tão vazia quanto a minha geração.
    Espero estar errado, mas quero a prova.

    Otávio

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  2. Fala verdade..., vc já viu o aparato de viaturas policiais, agentes, investigadores, carcereiros, escrivões, promotores e milicos que estão sempre disponíveis para os casos de repercussão na mídia? E o que falar dos doutores delegados sempre acessíveis e tão a mão para as devidas entevistas e providências diante das câmeras e microfones de tv? Quando não, até mesmo nos estúdios das emissoras, impecávelmente trajados, as sete, oito horas da manhã, a uma ou três da tarde, as sete ou oito da noite? Já parou pra pensar quanto custa em dimdim cada vez que um Bruno, um Bispo, um Nardone ou uma Suzane, saem para depor, se apresentar, ou sofrem uma transferencia? E o quanto fica desfalcada uma delegacia?
    Por isso que o 190 não vai mesmo nos atender. Nossas meras necessidades, simples furtos, roubos ou agressões não dão mídia, e muitos dos "ilustres" lá estão apenas pelos holofotes, nada mais.

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