domingo, 25 de julho de 2010

A oblação de Felipa de Souza...

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Cada índio Tupinambá possuia até 14 mulheres cada...

Ao mesmo tempo...

Quando cansavam de uma?

A davam de presente para alguém...

Numa boa...

Os colonizadores portugueses, que acabavam de chegar por aqui; não escondiam uma certa admiração por seus inimigos tupinambás, mestres em fair play ménage consensual...

O explorador português desorientou-se com a liberdade sexual do Brasil descoberto e tratou de exercitar a miscigenação com índias e escravas...

Esposas brancas mandavam cegar as amantes do marido e apelavam para uma simpatia para evitar humilhações durante o sexo: proferiam, em latim, as mesmas palavras com que os padres ofereciam a hóstia; o que, segundo a lenda, impediriam os maus-tratos no leito conjugal...

Pôs bueno...

Além da poligamia, o canibalismo era uma novidade que surpreendia o temido Tribunal da Santa Inquisição naquele século XVI...

A falta de recato fez corar até um enviado da Igreja acostumado a ouvir barbaridades européias...

Mandaram prá cá o padre Heitor Furtado de Mendonça para botar ordem na sacanagem...

Visitador da Inquisição no Nordeste brasileiro em 1591, onde ficou por quatro anos, o padre Heitor Furtado de Mendonça veio à Colônia com a missão de vigiar cristãos-novos, acusados de se aproveitarem da distância da Europa para abraçar novamente ritos judáicos, um crime conhecido como apostasia...

Entre as confissões coletadas destacaram-se aquelas envolvendo práticas sexuais condenadas pelo catolicismo...

Ao mesmo tempo em que se fazia muito sexo com intensidade oba-oba, a Igreja aumentava o controle e as normas proibitivas do fuque-fuque-nheco-nheco na Colônia tupiniquim...

O povão queria satisfazer o desejo ótimo, mas vivia com medo de transgredir regras católicas mestre em censurar o alheio muito embora achando de bom tom a pedofilia que admitida até por Papas que mantinham em seus aposentos garotos nepotes...

Dom Heitor Furtado de Mendonça distribuiu penas leves aos pecadores, mas também foi responsável por um dos maiores castigos severos aplicados por aqui...

Felipa de Souza detém o título de mulher mais humilhada e castigada no Brasil Colônia...

Felipa nasceu em Tavira, Portugal, em 1556...

Viúva, casou-se na capitania com o pedreiro Francisco Pires...

Sua vida seria ignorada pelos registros históricos, não fosse a chegada de dom Heitor ao Brasil...

No fim de 1591...

Paula de Siqueira, uma cristã de 40 anos de idade, procurou dom Heitor - na primeira visita do Santo Ofício à Bahia - para denunciar Felipa, 35 anos...

Felipa era acusada de ter um caderno proibido em casa...

Nos escritos, Felipa contava detalhes apimentados de seu 'ajuntamento carnal' com outras mulheres, em abundância, um porrada...

Felipa, além de praticar as safadezas eróticas, fazia questão de registrar tal um Zéfiro de saias...

Além de Paula, outras confessaram ao tarado voyer dom Heitor terem praticado sodomia (definição, de então, que abrangia sexo anal e lesbianismo) com Felipa que reunia cartas sobre suas experiências...

O inquisidor dom Heitor obrigou Felipa a usar uma veste de linho cru, espécie de uniforme dos heréticos e a ouvir a sentença em pé, na Igreja da Sé, segurando uma vela acesa...

Felipa foi condenada ao degredo perpétuo...

Felipa foi amarrada ao pelourinho e recebeu múltiplas chicotadas...

Paula, a principal acusadora, foi uma das inúmeras amantes de Felipa...

Paula de Siqueira teve punição mais branda em razão de ser casada com provedor da Fazenda, importante funcionário da capitania...

Paula ficou seis dias na cadeia e recebeu multa de 50 cruzados e obrigação de penitenciar-se com alguns Pai Nossos, três Aves-Marias, um Glória ao Pai e infindáveis Salve Rainhas...

Lógico...

Daí?!

Você - amigo curiosão e amiga fofoqueira de plantão - deve imaginar:

Como sei disto tudo?

Pois é...

Simples:

Li a ótima matéria "Recato e Depravação - Agruras e prazeres num paraíso tropical à mercê da Inquisição"...

Assinada pelo Renato Grandene...

No jornal O Globo de ontem...

Parabéns, Renato!

Tempos atrás tentei ler matéria sobre a mulher que executou o assassino de Chê...

Não entendi patavinas, apesar de reler três vezes as duas imensas páginas...

Renato em menor espaço deu um show...

Não sei a periodicidade da seção "História" n'O Globo...

Acho que é sempre aos sábados...

Vale a pena conferir...




Jorge Schweitzer









2 comentários:

  1. Coitada de Felipa. Uma moça à frente de seu tempo!

    E Bittencourt.

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  2. pois é...
    SERIA MUITO BEM APROVEITADA NA GLOBO
    Eita canalzinho de televisão pra ter desmantelo e prostituição...

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