domingo, 31 de outubro de 2010

Amiga, deixa comigo, se eu morrer te aviso!

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Vez por outra desligo o celular...

Ontem, uma amiga ficou preocupada por minha falta de notícias...

Me informou, por email, que acabara pensando no pior...

Não deveria...

Mas, fique tranquila...

Vou passar a andar com um bilhete no bolso com número de seu celular para me acudir...

Nem sei se confortável ser a primeira a me identificar...

Lembrei de um amigo maravilhoso que faleceu ano retrasado...

Ele era muito idoso, mas eu sempre imaginava que imortal...

Como havia comprado endereço naquele cemitério vertical ali do Caju me contava que seria enterrado com dois celulares com meu número na agenda...

Deixou o número de seu 'apartamento' anotado em minha agenda...

Caso ocorresse de ser enterrado ainda vivo me ligaria...

Eu deveria correr para lá a fim de resgatá-lo...

Infelizmente não me ligou...

Foi-se definitivamente meu amigo...

O Coronel Moura, meu herói...

Na realidade um herói de nós todos...

Meu amigo Moura foi comandante de pelotão de reconhecimento na Itália, durante a II Guerra...

Homem de frente, destemido e companheiro incomum de seus comandados...

O Museu da FEB ainda conserva suas pegadas...

Uma confissão...

Eu tinha certo constrangimento eu declarar pessoalmente minha admiração pelo amigo...

Certo dia, escrevi texto imenso e postei em meu antigo blog censurado pela Microsoft...

Contava a trajetória incomum do meu amigo Moura...

Um homem total...

Quando Moura tomou conhecimento do texto me ligou dizendo que se morresse eu seria o responsável pelo enfarte emocionado...

Quando soube que Moura estava doente deixei o constrangimento de lado e declarei na Rede minha admiração pelo amigo...

Toda a famíia do meu herói tirou cópias do texto ao encontrá-lo segurando emocionado o manuscrito que deixei na sua portaria...

Mas...

Sabem que até hoje ainda passo em frente ao prédio do Cel Moura na Rua Gustavo Sampaio, no Leme, e duvido que tenha partido...

Taí, a gente é bobo sempre achando-se imortal...

Claro que jamais chegarei perto da grandiosidade de um Cel Moura...

Mas também tenho grilos sobre ser enterrado vivo...

Vou combinar com minha amiga para me resgatar...

Ela é cardiologista, ora vejam...

Não existe pessoa mais apropriada...




Jorge Schweitzer




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