quarta-feira, 30 de março de 2011

Entrevista da mãe de Isabella Nardoni, três anos após a morte de sua filha, ao G1: "Tem como esquecer um filho?"

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G1 - Quase um ano depois, qual foi o significado da condenação dos réus acusados de matar Isabella para a sociedade?


Ana Carolina Oliveira - Pra mim, foi um sentimento de justiça feita. Ver que neste caso não houve impunidade, ou melhor, muito pelo contrário, pois vimos a dedicação, o profissionalismo do inicio ao fim.



G1- Se existe alguma lição, qual foi a que você aprendeu nesse período?


Ana Carolina - Neste caso existem muitas lições. Hoje ainda é difícil explicar exatamente, mas as feridas, seguidas do amadurecimento, tentam entrar em equilíbrio.



G1 - Você chegou a dar apoio a algumas famílias que tiveram seus parentes assassinados, como a mãe de Mércia Nakashima. Você pretende ajudar mais pessoas que, assim como você, perderam alguém de modo cruel ou violento?


Ana Carolina - Eu não tenho nenhum projeto concreto como uma ONG para esse tipo de ajuda. Eu como todo e qualquer cidadão se comove com tanto casos bárbaros e o descaso das pessoas pela vida humana, seja alguém da família ou alguém de longe, mas o que estiver ao meu alcance e o que eu puder fazer pra ajudar toda e qualquer pessoa que passe por algum sofrimento como o da perda eu farei com toda certeza.



G1 - Na última vez que concedeu uma entrevista ao G1, você comentou que iria retomar a vida. Passa pela sua cabeça como seria voltar a ser mãe, desde a gestação até o parto e a escolha do nome da criança?


Ana Carolina - A minha vida está sendo retomada um dia de cada vez. Com toda certeza e se Deus permitir quero ser mãe novamente. Não sei como vai ser como isso acontecer, mas é certeza que quero realizar esse sonho novamente.



G1 - Pensa em voltar a ter filhos, constituir uma nova família, se casar ou adotar uma criança?


Ana Carolina - Esses são uns dos meus grandes planos de vida.



G1 - Qual o significado dessas três datas para você: dia 27 de março (condenação do casal Nardoni), dia 29 de março (morte de Isabella), e dia 18 de abril (nascimento de sua filha)?


Ana Carolina - Com toda certeza essas datas são marcantes, mas eu diria que TODOS os dias são marcantes, pois ela não voltará NUNCA, e não apenas em algumas datas.



G1 - Quase um ano após a sentença do casal, porque você acha que sua filha foi morta?


Ana Carolina - Continuo com a mesma opinião. Um ciúme gerado, ou algo que tenha lembrado meu nome em algum momento seguido de discussões.



G1 - Em 2010, você afirmou que o pai de Isabella deveria ter zelado pela filha e não fez isso. Tem vontade de dizer algo agora aos parentes dos condenados ou ao casal?


Ana Carolina - Eu penso que tudo que houve desde que tudo aconteceu já disse TUDO. E continuo afirmando que quem deveria zelar pela vida dela seria ele.



G1 - Como está a Ana Carolina um ano após o julgamento e condenação dos acusados de matar sua filha?


Ana Carolina - Eu diria que mais madura, mais firme. Na verdade hoje faz um ano de julgamento seguido de três anos da ausência da minha filha.



G1 - Sua mãe tem uma tatuagem com o nome de Isabella para lembrar da neta dela. E você, como se recorda de sua filha?


Ana Carolina - Tem como esquecer um filho?






PS: Estou tentando contato com Ana Carolina de Oliveira para que nos ajude a ampliar a cobrança por Justiça no Caso Joanna Marcenal... Se alguém tiver seu email, favor me repassar; deixei recado na página de orkut da mãe de Isabella... JS






Um comentário:

  1. Jorge,
    até hoje doí!
    a gente depois da sentença, não quer
    mais falar ou lembrar; não vai ser
    esquecido nunca para quem acompanhou
    e ajudou pedindo Justiça; é díficil
    imaginar uma sem a outra; foi muita
    covardia; era ela quem alegrava a
    casa e a mãe só tinha ela e as duas
    eram almas gêmeas; se percebe claramente nas fotos com os rostos colados, o mesmo semblante, sorriso
    alegria, olhar, havia uma cúmplicidade bem visível e elas eram muito felizes... foi e está díficil para ana Carolina; é uma dor que não passa e não cura,
    apenas ameniza com a família e os amigos. Pra mim foi uma Guerreira.
    Edna Brazil

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