quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Seu Jorge Schweitzer e A Doida






Não me apavoro jamais...

Achei que iria morrer...

A pressão arterial?

Melhor eu nem descrever mínima e máxima...

Eu vivi um pesadelo, nem entrei em desespero

Mas fiquei a bangu...

A cada vez que colocava o medidor no pulso...

Inflava até 180...

220...

E...

260...

Eu desligava para não saber o resultado final...

Certa hora deixei e...

Irreal...

A menos que eu fosse um Abrahão Lincoln estaria comendo capim pela raiz...

Reflexo psicológico começou a endurecer o pescoço...

Porratza...

Imaginei...

Será que irá parar primeiro os rins, o coração...

Ou falência múltipla...

E eu que não sou de perder...

Perdi...

Não posso morrer antes de levar uns dois vagabundos junto...

Disparei telefonemas, emails, sms...

Alguém me acudiria...

Lógico?

Nada!

Tomei quatro comprimidos que um médido recomendou que tomasse dois por dia a um ano atrás e jamais fiz segui sua bula...

Nada!

Tomei duas novalginas...

Nada!

Finalmente o telefone tocou...

Era uma doida sumida querendo sair por aí para beber...

Eu não quis saber de nada, banquei essa parada...

Ela se querendo toda foi chegando, doida...

Pra perto de mim...

Eu fui me sentindo o cara, botei a minha cara...

Pensando no fim...

E ela no Absolut...

Misturando Ice...

Uísque e Redbull...

Fui melhorando...

Pressão baixa é coisa de frouxo...

Necessito de pressão alta...

Da última vez que tive esta crise procurei uma funerária para saber preço do meu sepultamento...

Não me incomodo com riscos, não gosto é de morrer mesmo...

Morrer é uma mierda...

Acendo um cigarro...

Nem fumo tanto assim...

Certa vez um senhor me pilhou dizendo que tenho dedos amarelos...

Mentira...

É que seu vôo atrasou e fiquei polindo a carroceria do yellow submarine untando unhas até o sabugo...

Sou um menino do dedo azul...

Sem problemas, somente a alguns é dado a oportunidade de perceberem os sons dos guizos da carruagem de Santa Claus e a alma alba alheia...

Bebo Heineken enquanto minha amada está mais para Christiane Torloni do que para Sonia Braga olhando pela janela do prédio redondo ao lado do Corte do Cantagalo mirando a Lagoa do mesmo andar onde foi filmado 'Eu te amo' do Jabour...

Me senti Walter Cklark...

Na realidade um Carlinhos de Oliveira...

Eu banquei a noite inteira, foi tanta saideira...

E nada de partir...

Acertei minha pressão com A Doida...

Sem vestido rosa, toda venenosa...

Ali eu finalmente estava seguro...

A cinco minutos do Miguel Couto...



Jorge Schweitzer










PS: Obrigado a todos que se preocuparam... Os que não... Paciência... Sou igual cavalo em parada de 7 de setembro: obrando, andando e sendo aplaudido! Sem problemas... Piriri não dá uma vez só...



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