As sirenes de Teresópolis

Um grande incêndio destruiu completamente a Casa da Acolhida localizada na atual Rua Rodrigo Silva no Centro do Rio de Janeiro logo depois da chegada da Família Real ao Brasil...

A Casa da Acolhida pertencia a igreja católica e o logradouro se chamava Rua dos Ourives que fazia esquina com a Rua da Cadeia (atual Rua da Assembléia) e Rua São José que não trocou de novo até hoje...

No final da Rua da Cadeia existia uma cadeia mesmo onde Joaquim José da Silva Xavier ficou preso após ser transferido de um quartel militar localizado na hoje Rua Jogo da Bola, Praça Mauá, que também servia de oficina de carruagens imperiais...

Saindo de lá Tiradentes foi enforcado na esquina da Rua Gomes Freire com Visconde de Rio Branco (que não tenho menor de idéia de como se chamavam na época e atualmente por lá existe uma escola municipal) e seu corpo repicado e pendurado aos pedaços daqui até Minas Gerais...

Reconduzindo a história, Tiradentes na verdade era militar barbeiro que na época tinha mesma função de arrancar dentes...

No mesmo estojo de tesouras e pentes existia buticão, éter e rum para anestesiar o paciente...

Pôs bueno...

A antiga cadeia deu lugar ao atual Palácio Tiradentes, que enquanto o Rio de Janeiro foi capital do Brasil lá alojou o Congresso Nacional e atualmente abriga a Assembléia Legislativa da cidade, que providencialmente a avenida passou a ser intitulada Rua da Assembléia provável para não confundirmos os políticos com presidiários que por lá eram obrigados a se aboletar a ferro, algema e bola de aço no pé...

Putz, estou perdendo o fio da meada...

Ah, sim!

O incêndio...

A Casa da Acolhida abrigava mulheres espancadas pelos maridos que por lá refugiavam...

Certa noite um incêndio enorme irrompeu por lá...

Era um prédio de madeira de cerca de quatro andares...

Possível que tenha começado por alguma vela acessa esquecida...

Um pintor montou cavalete na frente do incêndio espetacular e reproduziu...

Este pintor pertencia a entourage da caravana náutica que trouxe fugitivos de Napoleão que ameaçava invadir Portugal e o comedor de frango frito D. João aportou por aqui com 14 mil aspones somados a sua esposa com piolhos e a mãe dela, louca...

Vamos reconduzir, D. João VI possuia cozinheiro particular por medo de ser envenenado pela esposa Joaquina e carregava pedaços de frangos nos bolsos por não compartilhar refeição com Carlota e acabou morrendo muito depois ao comer uma laranja inoculada com uma seringa...

Deixa prá lá...

Retornemos...

O quadro do incêndio se encontra atualmente no Museu da Chácara dos Céus ali em Santa Teresa...

Como não existe registro do tal quadro, encontrei acidentalmente e as imagens podem ser encontradas em vídeo que fiz na Chácara do Céu...

Este mesmo artista fez o mesmo com a reconstrução...

Era um cronista com pincel...

Também não sei o nome do sujeito que tinha rabiscos que lembram arte naif...

Tenho preguiça destas pesquisas no Google para que eu possa me vangloriar como taxista com cultura vasta que não possuo...

Então...

Diz a lenda que somente se salvou dos escombros uma imagem de Nossa Senhora do Bom Parto que atualmente se encontro no altar da igreja da Rua Rodrigo Silva...

É até dificil localizar este igreja que possui arquitetura reta como uma denonimação evangélica e não a clássica gótica...

Mas, está lá...

Voltemos...

Na ocasião do incêndio existia decreto do Vice-Rei ordenando que todo 'senhor' deveria enviar ao local de incêndio dois escravos...

Um com um prosáico balde fundo, atualmente encontrado em lojas de 1,99, que seria municiado nos inúmeros chafarizes e outro de mãos livres para acudir vítimas...

No alto dos Arcos da Lapa, logo acima do aquoduto e ao lado da igreja que até hoje está por lá ficava um escravo observador noite e dia para visualizar focos e tocar o sino da igreja ao seu lado...

Foi este escravo que viu o incêndio da Casa da Acolhida e tocou o sino salvando mulheres desesperadas...

Assim, simples, funcional e custo zero...

Atualmente a prefeitura de Teresópolis e adjacências gasta milhão para implantar sirenes que buzinam após o nível pluviométrico detectar pela internet avisando pelo celular que nuvens aglomeradas se acomodam acima da região serrana do Rio de Janeiro...

Estas modificações climáticas também podem ser acompanhadas por programas grátis disponíveis na Rede...

Só que para justificar empenho de empresas concorrentes e fazerem raxuxo da verba bolaram algo mais sofisticado que não funciona...

Qualquer leigo em telecomunicações conhece que uma região de montanhas e rochas como Teresópolis o celular é o meio menos confiável possível para salvar vida de ninguém...

Somado à estas características ocorre roubo constante de baterias alimentadoras de torres de comunicação que segurariam picos de falta de luz...

Como no meio do desastre de enchentes a primeira coisa que ocorre é falta de energia elétrica as sirenes da serra servem para porcaria alguma...

Deveríamos retornar à epoca do vice reinado...

Colocar um afro fumando maconha no alto de algum morro para nos avisar da catástrofe com apito na boca...

Deixa eu explicar a história do afro fumando maconha, antes que me enforquem como politicamente incorreto...

A cannabis sativa foi trazida da África e senhores de engenho permitiam que escravos fumassem somente aos sábados pouco antes da feijoada que preparavam com restos de porcos e farofa como maneira de permitir que eles rissem um pouco da vida...

Caramba...

Depois de escrever isto tudo, chego a seguinte conclusão:

Todos políticos, de governador a prefeito, deveriam ser pendurados aos pedaços em postes tal Joaquim...

E sobre suas terras adquiridas com nosso dinheiro tungado se espalhasse sal para jamais dali nascer porratza alguma...

Vocês sabiam que sobre as terras de Tiradentes se... ?

Parei, tá muito mala este papo furado...

Porém...

Caramba, estava esquecendo...

O episódio do incêndio da Casa da Acolhida motivou a criação do Corpo de Bombeiros atual...

O tal quadro da Museu da Chácara do Céu possui uma reprodução gigantesca atrás da cadeira do comandante da corporação na Praça da República que só descobri por acaso quando estive por lá...

Chega!

Sou um Forrest Gump Tupiniquim muito chato...




Jorge Schweitzer