Morre Felipe Fernandes de Melo, de 21 anos, que tinha no braço tatuado 'Joana'...

Do G1 PB

A cidade de Remígio, no Curimataú paraibano, está comovida com a morte de Felipe Fernandes de Melo, de 21 anos, que foi encontrado desacordado, no último dia 2, em uma trilha no Parque Lage, na Zona Sul do Rio de Janeiro. Quem conta é o amigo do jovem, Thiago Serafim, que morou com Felipe por mais de um ano no Rio. “A avó dele está chorando muito, tá todo mundo comovido”, disse. O jovem morreu por volta das 21h da segunda-feira (11), na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Miguel Couto, na Gávea.

A prima de Felipe, Malda Melo, mora no Rio e está resolvendo questões do velório e do enterro do jovem. Segundo ela, ainda não está decidido se o corpo vai ser levado para a Paraíba por questões financeiras. “É tudo muito caro, ainda não resolvemos o que vamos fazer”, lamentou. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, o corpo aguarda liberação da família no Instituto Médico Legal (IML). O jovem nasceu na cidade de Esperança, mas morava em Remígio.


Sobre a reação da família, ela disse que todos estão muito nervosos com a morte de Felipe. “É uma situação difícil. Ela [a avó] está como qualquer um estaria com a morte do seu filho-neto”, contou Malda. Ela ainda revelou que o impacto foi maior porque, apesar de estar com um quadro de saúde difícil, o primo tinha apresentado uma melhora.

Thiago explicou que Felipe pretendia voltar para a Paraíba e mantinha contato com ele. “Ele ligou pra mim na terça-feira dizendo ‘estou viajando’. Na quarta, falei com ele de novo, umas 7h da manhã, e ele garantiu que vinha. Na quinta, eu já não consegui mais”, contou. “Ele já estava com tudo certo para viajar, com malas prontas, devia chegar no máximo no sábado”.






Felipe desapareceu no Parque Lage na quarta-feira (30) e só foi encontrado, em um buraco, no sábado (2), com um trauma no tórax e também traumatismo craniano, além de apresentar um quadro de hipotermia quando foi resgatado.

Tatuagem em homenagem à avó

O jovem foi identificado no dia 5, após uma imagem de uma tatuagem escrito “Joana” ser compartilhada no Facebook e em outras redes sociais. A tatuagem é em homenagem à avó materna dele, que o criou.

Depois que Felipe foi identificado por amigos, a avó, dona Joana Fernandes, viu, pela internet, pela primeira vez a homenagem feita pelo neto que ela criou como filho, uma tatuagem com seu nome.

Felipe nasceu na cidade de Esperança, mas morava em Remígio, perto de Campina Grande. Segundo a família, ele deixou a cidade para trabalhar. Ficou em São Paulo e veio para o Rio há cerca de dois anos. Ele morava no bairro Rio das Pedras, na Zona Oeste da cidade.

Quatro dias em parque
O Parque Nacional da Tijuca informou que o jovem entrou no Parque Lage, quarta-feira (30), sozinho, descalço e sem camisa, aparentando perturbação mental.

A nota divulgada pelo Parque Nacional da Tijuca afirma que “segundo o testemunho de integrantes da equipe de vigilância terceirizada Angel´s”, o jovem foi alertado pela equipe para que não iniciasse o percurso da trilha. Ainda segundo a administração do parque, em um primeiro momento, a equipe pensou que ele havia assimilado a orientação, já que o trajeto foi alterado em direção ao Lago dos Patos. Mas, em seguida, o rapaz não foi mais visto.

O documento diz que, de acordo com vigilantes da empresa Hopevig, que atuam dentro da Escola de Artes Visuais (EAV), o rapaz já apresentava alguns hematomas pelo corpo quando passou pela portaria do Parque Lage, que teriam sido adquiridos em uma recente briga de rua.