sábado, 13 de outubro de 2012

Moradora de rua Iuzilene e seus cachorros filhotes: "Não vou dar nem vender... É meu, é meu, é meu!"









A cena...

Foi há pouco...

Numa esquina da vida...

Nem entro no mérito dos detalhes...

Companheiros da moradora de rua ficavam ao largo aguardando enquanto bebiam  naquelas garrafinhas plásticas bujãozinho de cachaça barata...

Todos se comoviam com os filhotes...

Até eu...

Ela também já não falava coisa com coisa quanto um pouco antes quando passei por lá...

Mas, seu discurso era convincente...

Nem importa se encontrou o ardil perfeito como justificativa para suas falsas causas relativas...

Todos fazemos isto...

Por vezes, por razões menos nobres...

Deixei também minha contribuição para a ração do dia seguinte após desligar a câmera...

Ela arregalou como se a nota fosse falsa...

Minha grana servirá para anestesiar minhas culpas...

Ou para uma grande noite sem sonhos...

Amanhã passarei por lá para conferir se todos cachorros ainda permanecem vivos...

Caso não me ocorra de não acordar...

Nunca se sabe....

Vida e morte é igual para todos os rotos vivos...




Jorge Schweitzer





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