domingo, 7 de outubro de 2012

Morre o menino João Pedro Plastina, 12 anos, que caiu do 5o. andar do Colégio de São Bento





Depois de dez dias internado, morreu na manhã deste domingo o menino de 12 anos que caira do quinto andar do Colégio de São Bento. 


A informação foi confirmada pela Secretaria municipal de Saúde, que ainda não deu detalhes sobre a morte. 


Ele estava internado deste o dia 28 de outubro, em estado muito grave, no CTI do Hospital Souza Aguiar. 


A polícia acredita que estudante tenha agido sem a ajuda de terceiros. 


Na sexta-feira passada, o delegado José Afonso Mota, titular da 1ª DP (Gamboa), informara que vai ouvir os três alunos que teriam ficado sozinhos na sala de aula junto com o menino. 


Ele tomou a decisão depois de ouvir o depoimento de um professor de ciências da escola, que foi o último adulto a falar com a criança antes de ocorrer o acidente. 


— Nós pensávamos que ele (professor) tinha saído com os alunos, mas ele disse que não, que os deixou na sala (no sexto andar). Então, agora nós temos a necessidade de ouvir os alunos que ficaram na sala com o menino que caiu da janela. A princípio, está parecendo que ele teria se escondido em alguma parte da escola, como o banheiro e a enfermaria — afirmou o delegado. 


Além do professor, foi ouvida a orientadora psicológica do Colégio de São Bento. 


Os depoimentos dos dois aconteceram simultaneamente e duraram cerca de seis horas. 


Segundo o delegado José Afonso, depois de passar numa sala para pegar seus pertences, o professor de ciências deixou o andar imediatamente, sem ver, nem no corredor nem nas escadas, nenhum dos alunos que tinham ficado na sala de aula. 


— Ele (o professor) acha que eles poderiam estar dentro da sala ainda — disse o policial. 


Com as declarações do professor, ficou claro para os investigadores que, em pelo menos algum momento, os alunos ficaram sozinhos no corredor do sexto andar. 


Em depoimentos prestados na véspera, os dois monitores responsáveis pelo setor informaram que, antes de deixar o andar, viram a vítima e outros três alunos com o professor de ciências na sala de aula. Perguntado por que o professor deixou os estudantes sozinhos, o delegado contou que, segundo informaram monitores, no caso de alunos mais velhos, o controle de saída dos corredores é menor. 


— Segundo explicaram, a vigilância para eles é um pouco menor porque já têm 12 anos, são pré-adolescentes e podem se dirigir sozinhos para a escada e para o elevador — acrescentou o policial. 


Ainda segundo o delegado, o professor confirmou que a criança é introvertida e teria mais dificuldades de acompanhar os exercícios da turma. 


— O professor contou que o aluno é mais lento para anotar os exercícios e por isso ainda estava na sala de aula. Já os outros três ou quatro alunos estariam guardando seus materiais. Já identificamos três e vamos ouvi-los — disse. 


O professor de ciências, de acordo com o delegado, contou não ter notado qualquer diferença no comportamento do estudante, que é considerado um aluno de aproveitamento médio: 


— A gente agora precisa ouvir os alunos para saber o destino que cada um tomou. Eles desceram de elevador? De escada? Viram o aluno? Sabem se ele se escondeu? 


Menino era acompanhado de perto, diz psicóloga 


A orientadora pedagógica do Colégio de São Bento afirmou ontem que a criança recebia um tratamento diferenciado. 


Segundo o delegado Aldrin Rocha, que tomou o depoimento da psicóloga, ela teria confirmado que o menino era muito introvertido e que, por conta disso, os professores da escola teriam uma atenção maior com o seu desenvolvimento: 


— Ela corroborou a ideia trazida por todos até agora de que o aluno é realmente bastante introvertido, bastante calado. Ele tem esse perfil, já observado pelos professores. Precisávamos do parecer de uma profissional que estuda o assunto. 


Segundo o delegado, a psicóloga disse ainda que, por tratar-se de uma criança introvertida, era natural que o menino fosse observado mais atentamente pelos professores do colégio: 


— Ela explicou que era natural que os professores agissem assim porque é dever do colégio. E contou que houve inclusive reuniões entre o colégio e familiares do menino para falar sobre o comportamento da criança. 


O delegado contou que o menino entrou para a escola em 2008 e que sua adaptação não foi fácil: 


— Segundo a psicóloga, ele não teve uma boa adaptação porque gostava muito da escola anterior. E é natural, em casos de mudança de colégio, que se tenha dificuldade de adaptação no início. Ao longo do tempo, o menino foi criando um ambiente melhor no colégio. As características de relacionamento melhoraram. Apesar de ele ser uma pessoa introspectiva, tinha seu ciclo de amizades ali dentro — afirmou o delegado da 1ª DP. 


Melhor amigo da classe 


Segundo ele, em determinado momento, o estudante teria sido eleito como o “melhor amigo” da classe. 


— É interessante. Ele tinha uma aceitação boa dos colegas. Segundo o delegado, os professores, monitores e a psicóloga negaram que houvesse qualquer tipo de bullying contra a criança. 


O delegado José Afonso Mota disse ainda que, além dos estudantes que estavam na sala de aula de Ciências, a polícia irá ouvir também os amigos de escola mais próximos do menor que caiu da janela. 


— Só será possível fechar um perfil quando tivermos contato com a família do menino, o que ainda não foi possível em razão do quadro da criança. 


O Globo








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