domingo, 25 de novembro de 2012

Nosso Solo de Clarineta

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Já contei esta história no outro blog...

Certa vez uma Juíza de MG e seu esposo Promotor de Justiça apanharam meu táxi na saída da estação do Corcovado no Cosme Velho...

Tinham algo em torno de 35 anos de idade...

Fiquei surpreso por eles já me conhecerem na Rede...

Disseram que quando descobriram meu blog  na Internet e saberem que sou gaúcho  lembraram do texto de Érico Veríssimo 'Solo de Clarineta' que eu ainda desconhecia...

Somente dois dias após recordei  o encontro e procurei o texto pelas pistas do Google...


Solo de Clarineta 

Érico Veríssimo


"Lembro-me de que certa noite eu teria uns 14 anos, quando muito me encarregaram de segurar uma lâmpada elétrica à cabeceira da mesa de operações, enquanto um médico fazia os primeiros curativos num pobre-diabo que soldados da Polícia Mundial haviam carneado. (...)


Apesar do horror e da náusea, continuei firme onde estava, talvez pensando assim: se esse caboclo pode aguentar tudo isso sem gemer, porque não hei de poder ficar segurando esta lâmpada para ajudar a costurar esses talhos e salvar essa vida? (...) .



Desde que, adulto, comecei a escrever romances, tem me animado até hoje a ideia de que o menos que o escritor pode fazer, numa época de atrocidades e injustiças como a nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre a realidade de seu mundo, evitando que sobre ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos assassinos e aos tiranos.

Sim, segurar a lâmpada, a despeito da náusea e do horror.

Se não tivermos uma lâmpada acendamos o nosso toco de vela ou, em último caso, risquemos fósforos repetidamente, como sinal de que não desertamos nosso posto."



Por alguma razão...

Existem estes encontros inexplicáveis...




Jorge Schweitzer










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