quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Taxista acusado de arrastar passageira colombiana no RJ se apresenta e é indiciado





Taxista que causou acidente com turista será indiciado 

Ele foi reconhecido por colombiana, mas disse que não se negou a ligar o taxímetro 

LUDMILLA DE LIMA

O Globo 

RIO - O taxista que arrastou uma turista colombiana para não dar troco de R$ 4 pela corrida será indiciado. 

Ele responderá pelos crimes de lesão corporal culposa e de apropriação indébita, com os agravantes de ter praticado os delitos no exercício da profissão e de não ter prestado socorro. 

A Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) entrou em contato com o taxista, que se apresentou espontaneamente nesta quinta-feira. 

Rosemberg foi reconhecido por Sandra Catalina, ferida em várias partes do corpo após ser arrastada pelo carro do taxista. 

A turista estava acompanhada da irmã e dos pais. O caso ocorreu na Glória, onde a família está hospedada. 

O grupo havia acabado de chegar ao Rio, e entrou no táxi de Rosemberg logo após desembarcar no Aeroporto Santos Dumont. 

Nos depoimentos à delegacia, a família contou ter sido maltratada pelo taxista desde a saída do aeroporto. 

Ainda na calçada, eles informaram a um agente de cooperativa que queriam pagar pelo taxímetro. 

Mesmo assim, Rosermberg teria iniciado o trajeto sem ligar o aparelho. 

— Eles entraram no táxi com uma mala cada um. O taxista já ficou irritado com o número. Quando ela pediu que a cobrança fosse pelo taxímetro, ele se irritou mais, passando a dirigir de forma temerária — afirmou o delegado Alexandre Braga, com base nos depoimentos.

— A família disse que ele estava alterado. Na Glória, houve uma discussão sobre o valor da corrida, e Catalina exigiu o troco. Ela estava entre a porta aberta, do lado do carona, e o carro. 

— O taxista, segundo ela, disse “ah, estou indo”, puxou a porta e arrancou, mesmo ela estando espremida. Ela ainda tentou acompanhar, mas ele acelerou, e ela caiu — completou o delegado. 

O motorista foi identificado por meio da placa do táxi. 

Na Deat, ele negou ter se recusado a ligar o taxímetro, afirmou que a turista se desequilibrou e que deixou de prestar socorro porque entendeu que não havia necessidade. 

A família, que veio pela primeira vez ao Rio, passou o dia de ontem envolvida com o caso. 

Sandra Catalina, além de reconhecer o taxista, fez exame de corpo de delito e prestou mais esclarecimentos à polícia. 

Ela mora em Uganda, na África, onde trabalha como professora de química, e viajou mais de 20 horas de avião para reencontrar os pais no Brasil. 

O caso ocorreu apenas 30 minutos após pisar no Rio de Janeiro. 

A professora colombiana revelou estar muito assustada e contou nunca ter vivido violência deste nível na África nem em países da América Latina: 

— Estou muito assustada e com muito medo de pegar táxi ou qualquer outro transporte no Rio. Era o último país na América Latina a que desejava ir. Em outros países, já vi pessoas colocarem drogas em bebidas e roubarem pedestres nas ruas. Mas nunca vi isso que estou vivendo — desabafou. 

Ela ainda não sabe o que fazer nos outros dias na cidade por causa do medo e do fato de não poder pegar sol devido aos machucados no rosto, numa das mãos e nos seios: 

— Não posso andar na rua — lamentou, dizendo que seus amigos em Uganda souberam da notícia pela internet e a divulgaram no Facebook. 

Ela recebeu ontem uma ligação do secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório, que a pediu desculpas pelo que aconteceu. 

Na última quinta-feira, a prefeitura publicou no Diário Oficial do município a nova tabela de valores pré-fixados para corridas de táxis cadastrados que atuam no Aeroporto Santos Dumont, no Centro do Rio. 

A maioria dos trajetos sofreu redução nos preços. O mais significativo foi o da corrida do aeroporto até Santa Teresa, que custava R$ 50 e passou para R$ 15. 

Dos 164 itinerários partindo do aeroporto, 84 sofreram uma redução na tabela superior a R$ 5. 

Nove trajetos aumentaram mais de R$ 5. 

O restante teve redução inferior a R$ 5 ou não sofreu alterações. 

As tabelas usadas na Rodoviária Novo Rio e no Aeroporto Internacional Tom Jobim também serão revisadas em breve, segundo a Secretaria municipal de Transportes. 

A medida foi uma decisão do secretário Carlos Roberto Osório, que havia assumido o compromisso de rever a tabela de preços dos táxis convencionais (os “amarelinhos”) que fazem ponto no Santos Dumont um dia depois de assumir o cargo, em 31 de outubro. 

Osório disse, na época, que a Coordenadoria Geral de Concessões faria um estudo para verificar se houve algum tipo de distorção nos preços estipulados na lista. 

A decisão foi tomada depois que O GLOBO mostrou, em reportagem publicada no dia 30 daquele mês, que corridas cobradas pelas tarifas prefixadas podem sair até 45% mais caras para os passageiros que chegam pelo Aeroporto Santos Dumont.


PS: Pois é... A Secretaria de Transportes ao permitir uma tabela muito acima do valor do taxímetro para passageiros de Aeroporto e Rodoviária criou uma confusão para mal intencionados se aproveitarem... Tempos atrás quando soube que esta tal tabela estava para ser implantada duvidei da informação absurda que colocaria passageiros à mercê de aproveitadores... Pô, existe taxímetro pra que então? Então mandem arrancar aquela porcaria e vira uma Babel... Quem tomou a decisão da tal tabela faz parte de algum conluio escuso que deve ter ganho alguma vantagem para favorecer... Agora a fiscalização está apertando  com blitz exatamente os taxistas que chegam na Rodoviária e Aeroportos exatamente para não permitirem concorrência em razão que passageiros estão optando por quem chega com passageiro no embarque e ao contatarem que saltou sem problemas solicitam corrida e seguem tranquilos no taxímetro... Ainda há pouco deixei um passageiro no Santos Dumont e ficou um senhor ao lado do meu carro aguardando para levá-lo à Copacabana... Agora, tenho me negado a levar passageiro para estes locais para fugir de confusão armadilha e contratempos já que toda vez que algum de nós chega por lá é novamente abordado para mostrar documentação e ser vistoriado o carro inteiro antes de ser liberado...  Ao invés dos táxis do próprio terminal serem averiguados virou mais um constrangimento para evitar que outros façam concorrência dando impressão que o poder público faz parte da máfia... Sou a favor que todo taxista passe a se negar levar passageiro para estes locais para ver se eles tomam vergonha na cara... JS


 

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