sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O Maragato e a Prenda

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Ao deixar de ser guri... 

Ganhei revólver dos bons... 

Adaga de bom corte... 

Um pingo arisco... 

Um cusco obediente... 

Criei coragem...

Cruzei campanhas... 

Subi barrancas... 

Desci descampados... 

Sonhei ideais desmanchados pelos ventos enfurecidos da tarde... 

Com chapéu desabado... 

Escutando canções tropeiras ao acordeon... 

Com a lua tombada sobre banhados... 

Apresilhei olhares lascivos de uma prenda... 

Quando ela partiu...

Pôs bueno... 

Resfoleguei em silêncios, como guaxo... 

Ficou sua imagem grudada nos rochedos... 

Na linha da maré... 

Como a inquietação do movimento das vagas... 

Ao lado do Farol... 




Jorge Schweitzer 







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