domingo, 2 de fevereiro de 2014

Cineasta Eduardo Coutinho é assassinado a facadas no RJ





Cineasta Eduardo Coutinho é morto a facadas no Rio 

Mulher do cineasta, também ferida, está hospitalizada em estado grave. 

Filho do documentarista é o principal suspeito e também está internado. 


Do G1 Rio 


O cineasta Eduardo Coutinho, de 80 anos, foi morto a facadas neste domingo (2), em sua casa, na Lagoa, zona sul do Rio. 

Segundo a polícia, o filho do documentarista, Daniel Coutinho, 41 anos, é o principal suspeito. 

A mulher do cineasta, Maria das Dores Coutinho, 62 anos, também foi ferida e está internada em estado grave no Hospital Miguel Couto. 

A Divisão de Homicídios da Polícia Civil investiga o caso. 

 O filho, que supostamente sofre de problemas mentais, também foi levado para o hospital. 

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, ele passou por cirurgia e está internado na unidade intermediária do hospital. 

Daniel levou duas facadas no abdômen e tem quadro estável. 

De acordo com policiais do batalhão do Leblon, que foram ao apartamento do cineasta, na Rua Lineu de Paula Machado, moradores disseram que o filho surtou, esfaqueou os pais e depois tentou o suicídio. 

A mãe dele levou duas facadas nos seios, três no abdômen e teve ainda uma lesão no fígado. 

Ela também já passou por cirurgia e seu estado de saúde é grave, segundo o Hospital Miguel Couto. 

O corpo do cineasta foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). 

O Corpo de Bombeiros informou que a chamada para a ocorrência no apartamento do cineasta foi feita às 11h48. 

Homens do quartel do Humaitá constataram que o cineasta já estava morto ao chegar no local, e levaram os outros dois feridos para o Miguel Couto. 

Um dos primeiros a se manifestar sobre a morte do diretor foi o também cineasta Cacá Diegues. 

“Era um homem muito inteligente, muito sereno, fácil de lidar. É uma perda muito grande, ele era o maior documentarista brasileiro de todos os tempos”, declarou. 

Carreira 

Considerado um dos maiores documentaristas do Brasil, o paulistano Coutinho é ganhador do Kikito de Cristal, principal premiação do cinema nacional, pelo conjunto da obra. 

Entre seus principais filmes estão "Edifício Master", "Jogo de cena", "Babilônia 2000" e "Cabra Marcado para Morrer". 

Em junho do ano passado, ele e o também cineasta José Padilha (autor dos filmes "Tropa de Elite 1 e 2") foram convidados a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, responsável pela premiação do Oscar. 

Entrevista exclusiva 

Ao G1, em 2013, o cineasta contou não ser uma pessoa tímida e disse ser fácil se apresentar para grandes plateias, como ocorreu no Festa Literária Internacional de Paraty de 2013. 

Ele também deu detalhes de seus filmes e de como conseguia tirar o máximo de cada entrevistado. 

Coutinho explicou que seus temas principais sempre foram os mais simples do dia a dia. 

"O que é viver? Para quê estudar? Para quê dinheiro?", afirmou, dizendo que as perguntas mais básicas sempre são as mais interessantes. 

Na entrevista, o diretor também deu uma sugestão do que poderia ser um bom documentário atual. 

Segundo Coutinho, as manifestações de rua vistas em junho de 2013 no país também valeriam um filme, desde que ele se propusesse a discutir o assunto. 

"Bom é o filme que faz perguntas, o que tem respostas, você joga no lixo", comentou.




PS: Certa vez Walter Salles me falou com  entusiasmo sobre o Eduardo Coutinho, disse que eu precisava conhecer melhor o trabalho dele... E deixou - com sua secretária, já que estaria viajando no dia seguinte, na sua produtora na Glória -  dois filmes para eu assistir e depois comentar: Edifício Master e Jogo de Cena... Meses depois fui convidado para a pré-estréia do filme 'As Canções' do Eduardo Coutinho no Estação... Demorei a acreditar ao escutar, no rádio do carro ainda há pouco, sobre a forma brutal como Eduardo Coutinho foi morto... JS




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