quarta-feira, 26 de março de 2014

Julgamento do caseiro Luzinê de Araújo Santos, em Porto Seguro BA




Existem coisas que a gente somente comenta algum tempo depois...
Como a mídia tentava ignorar o julgamento do Caso Cloé sugeri pauta para o G1 (Globo), R7, além da Band que me atendeu prontamente e colocou no ar na Bahia e no RJ...
No dia 17 de março, alguns dias antes do julgamento do caseiro Luzinê, enviei email para todos jornais de Porto Seguro/Trancoso/Arraial d'Ajuda com  o seguinte texto:


Na próxima quinta-feira, dia 20 de março de 2014, acontecerá o Julgamento do caseiro Luzinê de Araujo Santos, assassino da menina Cloé Muratori Paroli de 3 anos...
Não tenho encontrado matéria sobre o evento na imprensa, seria oportuno alguma mídia daí dar algum destaque e tentar nos informar sobre...
Abraço,
Jorge Schweitzer


Jornal do Sol jornaldosol@jornaldosol.com.br

para mim
Acusado de estupro e morte de criança é condenado a 37 anos 

Foi condenado a 37 anos e meio o homem acusado de violentar e matar Cloé Muratori Paroli, de três anos. 

O julgamento foi realizado na quinta-feira, 20/03/14, no Fórum Doutor Osório Borges de Menezes em Porto Seguro. 

Luzinê Araújo Santos, 30, foi declarado culpado pelos crimes de estupro, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver, cometidos em 04/12/2008, quando trabalhava como jardineiro no condomínio onde a família da vítima passava férias, em Trancoso, no sul da Bahia. 

O júri foi formado por seis mulheres e um homem. A primeira testemunha a ser ouvida pelo juiz André Marcelo Strogensky foi a mãe da menina, a brasileira Luciana de Vasconcelos Macedo Muratori, 37. 

Luciana disse que, no momento em que o corpo de sua filha foi encontrado, no mangue do Rio da Barra, pensou que a criança havia se afogado. 

“Na minha cabeça não poderia ter sido outra coisa”, afirmou. 

O pai, o neozelandês Karl Joseph Paroli, 35, prestou seu depoimento em seguida. 

De acordo com as declarações, foi ele quem levantou a suspeita de que a filha havia sido violentada, ao ver hematomas no corpo da menina enquanto aguardava um médico para a perícia no posto de saúde para onde o levou. 

Ao contar detalhes de como Cloé foi encontrada e ao ouvir as declarações registradas nos depoimentos aos delegados que se ocuparam do caso na época, pais se emocionaram e choraram. 

O réu, com exceção do momento em que depôs, manteve a cabeça baixa durante o julgamento. 

Emoção e indignação eram sentimentos visíveis em grande parte do público presente, onde estavam familiares e amigos da vítima, estudantes de direito, comunidade e imprensa. 

Acusação e defesa 

O promotor de Justiça Bruno Gontijo usou como um dos argumentos o fato de Luzinê ter confessado que agrediu e matou a menina, em depoimento dado à titular da Delegacia do Turista (Deltur) na época, Teronite Bezerra. 

A confissão foi feita dois meses depois do crime, em investigação após ter saído o resultado do laudo pericial. 

Outra base para a acusação foi feita após constatação da improbabilidade de existir outros suspeitos no local do crime. 

Já o defensor público José Renato Bernardes da Costa, apelou para a possibilidade de que o réu teria sido constrangido a confessar os delitos na presença apenas da delegada; também sustentou a tese de falha na perícia, que não teria apurado se a violência sexual foi cometida com a vítima viva ou após sua morte, o que interferiria na pena do acusado. 

Em sua fala diante do juiz e do júri Luzinê afirmou ser inocente, contradizendo o depoimento na delegacia, dado há cinco anos, quando descreveu até os detalhes de como havia molestado a menina por mais de duas vezes em dias que antecederam a sua morte. 

Sobre a sentença 

Ao dar o veredito, o juiz André Strogensky concluiu que, apesar de não apresentar antecedentes criminais, o condenado oferece grande perigo, pela frieza com que se portou diante das circunstâncias, já que o próprio teria simulado encontrar o corpo de Cloé no condomínio. “O fato de ser primário não se aproveita, o que se constata pela forma dissimulada como reagiu aos acontecimentos”, considerou o juiz. 

O público aplaudiu a sentença. A família e os amigos manifestaram apoio à decisão dos jurados. Emocionada, a mãe confessou: 

“Eu me sinto aliviada porque a justiça foi feita e isso, agora, é o mais importante”, declarou. 

O condenado voltou para o Conjunto Penal de Eunápolis, para onde havia ido preventivamente após sua confissão. 

Entenda o caso 

A família Paroli, que morava na Nova Zelândia, veio para o Brasil com planos de morar no país. 

Ao chegar a Trancoso, hospedou-se num condomínio, onde ficaria por um mês. 

Na manhã de 04/12/2008, a duas semanas de completar quatro anos, a menina Cloé desapareceu e, após um período de exaustiva busca no condomínio, o corpo foi encontrado num local apontado pelo jardineiro Luzinê Araújo Santos. 

Segundo o pai da criança, ela apresentou lábios roxos e o corpo estava frio. 

Após levar o corpo da menina ao posto de saúde, onde aguardava perícia, o pai teria notado marcas de agressão sexual. 

De acordo com o casal, ao registrar a ocorrência na delegacia em Trancoso, não foi solicitada perícia. 

Ao chegar à unidade de saúde, o casal pediu que o corpo de Cloé fosse examinado. 

Dois meses após o crime, o resultado do laudo confirmou as suspeitas de asfixia e estupro, e o caso seguiu para a Delegacia do Turista (Deltur), onde foi instaurado inquérito e quando foi levantada a suspeita de envolvimento direto do jardineiro, que foi preso preventivamente pela delegada Teronite Bezerra, após confissão. 

Por Alexandra Soares




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