segunda-feira, 28 de abril de 2014

Crislândia Soledade dos Santos, 27 anos, morre após confusão em passeio de escuna em Canasvieiras SC






Carolina Dantas
carolina.dantas@diario.com.br

Ariane Ferraz de Oliveira, 25 anos, cunhada de Crislândia e mulher de Carlos Alexandre Soledade dos Santos, um dos baleados da confusão deste domingo em Canasvieiras, fala sobre a sequência de fatos que acabou em morte e dois feridos.

Segundo ela, Crislândia Soledade dos Santos, 27 anos, teria pago R$ 25 pela festa open bar que custou a própria vida. Deymeson Quelmy de Oliveira, marido de Crislândia, também se envolveu na confusão com a Polícia Militar e foi o segundo baleado. 

Até as 11h30min, os dois feridos ainda estavam internados no Hospital Celso Ramos, região Central de Florianópolis. Quatro policiais do 4º Batalhão da Polícia Militar fazem a escolta. 


Diário Catarinense — Como começou a confusão?
Ariane Ferraz de Oliveira — Foi no barco. Era a festa de um supermercado que fechou depois da temporada. E era cerveja liberada. Pensa? Só R$ 25 por pessoa e open bar. Todo mundo bebeu demais da conta. Deu uma confusão lá dentro e chamaram uns policiais para acabar com a confusão. Os policiais chegaram e o pessoal saiu do barco, quando acabou o primeiro quebra pau. Ninguém saiu ferido, só um cortezinho ou outro, mas nada grave.

DC — E depois?
Ariane — Sobrou muita cerveja, e eles colocaram tudo na areia. Tinha um outro pessoal também fazendo um churrasquinho e curtindo por lá, que não era da nossa turma. Eles começaram a roubar nossa cerveja. O marido da Crislândia (Deymeson Quelmy de Oliveira) "tirou as cara" (foi brigar/ficou revoltado) porque trabalha no mercado. Foi lá e arrumou a segunda confusão, outro quebra pau. E o meu marido (Carlos Alexandre) começou a separar. Os outros guris foram embora.

DC — E quando começou com os PMs?
Ariane — Sobrou fogos de artifício na festa do barco. O pessoal começou a soltar na praia, mas não era perto de ninguém, eles estavam jogando pra cima. Só que os policiais já estavam meio desgostosos e queriam que parassem os fogos. Começou a gritaria entre a polícia, o Deymeson e a Crislândia. Nessa confusão, a Cris inventou de pegar a tal arma.

DC — Tava no carro ou na mão do policial?
Ariane — Tava na mão. Ela pegou a arma do PM. Já tava uma confusão, não consegui ver todos os detalhes. Daí pegou a arma do policial, que atirou nela, mas pegou no meu marido (Alexandre). E a minha filha tava junto. E depois ele deu um segundo disparo na Cris. Deymeson pegou a arma do chão e apontou no PM de novo. Não sei se ele atirou, acredito que sim, porque tinha balas de borracha no chão. A polícia atirou no Deymeson e ficaram os três no chão. Depois, fui estancar o sangue do meu marido.

DC — E o atendimento aos baleados?
Ariane — Os policiais não deixaram estancar o sangue da Cris. Pediram para a polícia, eles empurravam, botavam arma, pediam para todos ficarem afastados. As pessoas se aproximavam e a polícia não deixava. Começou a sangrar muito, era uma poça muito grande de sangue. Ela começou a tremer. Ela ficou mais de uma hora ali perdendo sangue. Chegou o socorro, helicóptero, Samu, colocaram papel alumínio nela e foi levada pro Hospital Universitário. Ela chegou com vida. Fomos para outro hospital levar os dois baleados. Meia hora depois ligaram dizendo que ela tinha morrido.

DC — Como você acha que a confusão conseguiu chegar a esse ponto? Culpa da bebida?
Ariane — A bebida, claro, uma das coisas. Mas os policiais poderiam ter amenizado a situação. Como pode uma podre de bêbada conseguir tirar a arma da mão de um policial? E eles não quiseram ajudar no socorro. Ela não precisava ter morrido. E inventaram várias versões: ninguém jogou fogos de artifício neles. A briga foi só o que você pode ver na imagem.

DC — E os fogos de artifício, não estavam em direção aos moradores?
Ariane — Não. Tinha pouca gente na praia, mas estavam jogando pro alto, não nas pessoas. Mas reconhecemos que uma festa com 150 pessoas bêbadas dentro de um barco não ia acabar bem.



PS: Festa a R$ 25, 00 com bebida liberada tem tudo para dar problema... E, alguém pegar a arma do policial e apontar contra ele não deixa nenhum chance de outra opção que não reagir... Deveria haver carteira de habilitação para bebum...  JS


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