terça-feira, 29 de julho de 2014

Marília Cristiane Gomes, de 19 anos, é presa após matar seu filho de dois anos em Ibirité, região metropolitana de BH, MG





‘Bastante fria’, diz delegado sobre mulher que confessou morte de filho
Ela alegou que não teve ‘intenção alguma de tirar a vida’ do garoto.
Corpo foi encontrado escondido dentro de sofá em Ibirité, na Grande BH.
Raquel Freitas

Do G1 MG


O delegado Davi Batista, responsável pela investigação da morte de um garoto de dois anos, cujo corpo foi encontrado dentro de um sofá, em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, disse nesta terça-feira (29) que a frieza da mãe do menino chamou a atenção da polícia. Marília Cristiane Gomes, de 19 anos, foi detida nesta segunda-feira (28) após confessar o crime.

“No momento da oitiva e da inquirição pelos policiais, ela se mostrava bastante fria e descreveu com detalhes toda a ação, desde a agressão que ocasionou a morte da criança até a ocultação do corpo”, afirmou o delegado.  Ele ainda contou que os investigadores também observaram que a jovem agia com calma e tranquilidade quando estava no Instituto Médico-Legal (IML) para fazer a liberação do corpo de Keven Gomes Sobral.

Segundo Batista, a mãe agrediu o menino, na última quinta-feira (24), após ele tentar pegar o telefone dela. “Ela disse que a criança tentou pegar o celular dela. Quando ela foi pegar o celular da mão da criança, a criança tentou revidar com um tapa no rosto dela, ela segurou a criança pelos dois braços e jogou a criança contra a cama. Neste ato, a criança veio a bater a cabeça na parede e ocasionou o traumatismo craniano, que provavelmente levou à morte da criança”, relatou. Segundo ele, somente a necropsia poderá determinar se o garoto foi colocado ainda com vida dentro do sofá na casa dos tios.
Keven Sobral, de dois anos, foi encontrado morto dentro de sofá (Foto: Reprodução/TV Globo)
Keven Sobral, de dois anos, foi encontrado morto
dentro de sofá (Foto: Reprodução/TV Globo)
Durante apresentação nesta terça-feira, Marília disse aos jornalistas que não teve intenção de matar o menino. “Foi um acidente, sim. Eu não tive intenção alguma de tirar a vida dele. Ele era tudo que eu tinha”, alegou. Ela afirmou também que não procurou socorro para o filho “com medo de alguém fazer alguma coisa” com ela.

Segundo o delegado, naquele mesmo dia, a jovem registrou um boletim de ocorrência de desaparecimento do garoto. Na sexta-feira (25), o Corpo de Bombeiros chegou a fazer buscas pelo garoto. O corpo só foi encontrado neste domingo (27), depois que os tios do menino, que estavam viajando, chegaram em casa e sentiram um cheiro forte. O imóvel fica no mesmo terreno em que Keven morava com os pais.

De acordo com Batista, antes de confessar o crime, indiretamente, Marília tentou colocar a culpa no companheiro, Cláudio Ribeiro Sobral, de 31 anos, e nos cunhados. Ele afirmou que acredita que Marília agiu sem conhecimento de Sobral. “Com relação ao pai, nós praticamente descartamos [o envolvimento]. Ela [Marília] descartou totalmente a participação dele”, pontuou. O delegado ainda acrescentou que, ao saber que a companheira havia confessado a morte do filho, Sobral chorou bastante e precisou ser amparado por policiais. 

A investigação está em fase inicial e outros detalhes do caso, como a relação da mãe com o garoto, ainda vão ser apurados. A polícia já pediu um levantamento ao Conselho Tutelar de Ibirité sobre possível histórico de maus-tratos. Segundo Batista, a delegacia da cidade apurou que, aos quatro meses, o garoto sofreu um afogamento durante o banho. Sobre este episódio, Marília afirmou que o filho se afogou depois de ela ter desmaiado.

Nesta terça-feira (29), a polícia pediu a conversão da prisão em flagrante em preventiva. A mãe do menino deve responder pelos crimes de ocultação de cadáver e homicídio. De acordo com Batista, o prazo para conclusão do inquérito é de dez dias.

Enterro
O corpo do menino Keven Gomes Sobral foi enterrado no início da tarde desta terça-feira (29) no Cemitério Municipal de Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O pai da criança, Cláudio Sobral, precisou ser amparado no por parentes no momento do sepultamento. Ele estava abalado e chorava muito.


PS: Não basta apenas a polícia prender; enquanto a Justiça assistir passivamente a morte de crianças sem demonstrar dureza na penalização de bandidos que matam crianças continuaremos a presenciar este desfilar dos horrores sem fim... JS

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