domingo, 21 de setembro de 2014

Minha homenagem aos médicos que me atenderam no Souza Aguiar






Obrigado, doutor’: conheça a história de Jorge e o cerco formado por três anjos da guarda que salvaram sua vida

Flávia Junqueira


O taxista Jorge Schweitzer, de 59 anos, pode dizer que é um privilegiado. Ele não tem um anjo da guarda. Tem três. E os encontrou num lugar em que, segundo ele, jamais poderia imaginar. 

Na emergência do Hospital Souza Aguiar, no Centro. 

Era noite de segunda-feira, último dia 18 de agosto, quando ele procurou a unidade com dores na barriga. 

Convencido de que tinha apenas uma indisposição estomacal, queria um remédio para ir embora. Ao ouvir a palavra “cirurgia”, tudo que pensou foi “como eu saio daqui?”.

— Eu me recusava a usar a cadeira de rodas e a maca que me ofereciam. Fui caminhando para fazer a tomografia. Antes disso, ao me examinarem, os médicos disseram que eu precisaria ser operado de imediato. Cheguei a imaginar que eles tinham que bater uma cota de cirurgias e estavam inventando de me operar. Na minha cabeça, eu estava com gases e queria um comprimido. Tentei me esconder na sala da emergência, mas eles me localizaram — contou Jorge, que agora dá risada da situação.

A tomografia mostrou o que os médicos Weverton Carvalho, de 27 anos, Luca Fonseca Freire, de 25, e Camila Rodrigues Lima, de 26, residentes de cirurgia geral, haviam detectado no exame clínico: Jorge estava com apendicite e precisava ser operado de urgência.

— Apesar da gravidade do caso, ele não parecia estar tão mal. É muito forte. Seu apêndice estava perfurado, mas ele só falava em voltar a trabalhar — disse Weverton.

Com toda a calma do mundo, os três médicos explicaram a Jorge os detalhes e a gravidade do quadro.

— Eles me disseram que eu iria subir imediatamente para a cirurgia porque, em quinze minutos, eu poderia entrar em choque. Ainda tentei negociar com a doutora Camila, pedindo que ela intercedesse a meu favor para que não me operassem, pois eu acabara de vomitar, achava que já estava melhor e tinha vários problemas para resolver no dia seguinte. Prometi voltar no outro dia.

Mais uma vez, Jorge tentou fugir.

— O doutor Luca percebeu minha estratégia suicida e pediu para que me vestissem o camisolão que deixa a bunda de fora. Nessa hora, percebi que não teria escapatória.

Ao lado de dois médicos do Souza Aguiar, os três residentes começaram a operar Jorge por volta de meia-noite, terminando às 3h do dia seguinte.

— Desde o primeiro contato que tive com os três, eles foram atenciosos, cuidadosos e jamais deixaram de responder minhas dúvidas. Durante a semana em que estive na enfermaria do Souza Aguiar, diariamente, eu os via passando pelos corredores pela manhã, à tarde, de madrugada. Parecia que eles jamais voltavam para casa ou não tinham problemas particulares que os deixassem aborrecidos ou de baixo astral. O bom humor e a gentileza deles fizeram tudo parecer mais mais leve. E todos os pacientes da enfermaria recebiam essa mesma atenção. Entrei no Souza Aguiar com uma péssima impressão. Eles me surpreenderam completamente e merecem essa homenagem, meu respeito e minha gratidão — disse Jorge, que enviou sua história para participar da premiação “Obrigado, doutor”, lançada pelo EXTRA no último dia 14.




(Publicado na edição impressa do jornal Extra deste domingo, 21 de setembro de 2014 - página 14)




5 comentários:

  1. Brigando por tanta gente você não poderia ser tratado de outra maneira!
    Agradecemos aos médicos por terem lhe curado
    A vida sem você ia ficar sem graaaaaaaça
    Você merece amigo!
    Muito mais!

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  2. Jorge,
    Vc é nosso super-herói, que todos os anjos sempre te guardem!!!

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  3. muito bacana...fico feliz por vc.

    marinalva

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  4. Pronta recuperação e muita saúde, Jorge! Grande atuação desses meninos! Temos que tomar sempre cuidado ao criticar, porque apesar de nosso sistema de saúde ser tão precário, existem profissionais de valor que trabalham nele!

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  5. Faltou uma postagem "Estou na sala de cirurgia aguardando os médicos..."

    Da próxima vez, leve seu smartphone junto.

    Brincadeira. Faço votos que não haja uma próxima vez.

    Saúde, Jorge.

    Sid

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