domingo, 21 de junho de 2015

Depressão do Facebook é catalogada como doença e distúrbio tem tratamento na UFRJ



Athos Moura

Rio - O uso compulsivo de redes sociais pode estar encobrindo distúrbios como ansiedade e pânico. Já há até uma doença catalogada, a Depressão do Facebook. “A tecnologia não é um problema, ela otimiza o tempo. Mas, quando é ela mal usada, pode causar transtornos. Geralmente as pessoas percebem que estão com problemas quando o uso da rede social começa a gerar conflitos na vida real”, explica Eduardo Guedes, diretor do Instituto Delete, da UFRJ, que oferece tratamento para esse problema.

O jornalista Nelson Vasconcelos informou em sua coluna no DIA, ‘Digital & Tal’, a existência da clínica que reabilita os viciados online. Desde 2012, quando começaram os atendimentos, a quantidade de pacientes triplicou. Em três anos, mais de 400 pessoas já procuraram o instituto para tentar curar a dependência.

A procura só aumenta. No início do projeto, cerca de dez pessoas por semana iam até o instituto em busca de terapia. Atualmente, entre a primeira visita e a revisão, os atendimentos semanais já chegam a 40.

Com o tratamento variando entre quatro e oito semanas, o uso imoderado de celular, principalmente, pode ser controlado. O grupo formado por profissionais das áreas de Saúde, Tecnologia, Psiquiatria e Comunicação elaborou um questionário online para o internauta avaliar se deve procurar ajuda. Segundo Guedes, usar redes sociais não é um problema. O vício começa quando o tempo é gasto sem que a pessoa consiga se controlar. Ele cita o exemplo dos que pegam o celular para determinada atividade, mas que esquecem o que iriam fazer por ficar vendo mensagens ou postagens.

O despachante Marcelo Corrêa, de 42 anos, sofreu por anos com ansiedade sem que soubesse o diagnóstico. Um dia, por recomendação de um amigo, procurou o Delete e se submeteu a um tratamento de dois meses. Ele já sabe equilibrar o uso da
internet. “Consigo controlar os sintomas e me livrei dos remédios”, diz.




A especialista em marketing Maura Xerfan acredita que usa as redes sociais por mais de dez horas por dia. E admite que talvez precise de ajuda para não passar a vida dentro da tela de um computador ou celular. Maura sofre de insônia porque quando acorda à noite sempre checa o celular: “Quando é algo interessante, me perco na leitura. Quando vejo já se passaram horas. Nessa semana, li por mais de uma hora e meia durante a madrugada”.

Os interessados no tratamento podem ir à Avenida Venceslau Bras 71, Praia Vermelha, às sextas-feiras, de 8h às 12h. 






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