quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Joelma Souza Silva, madrasta, e Felipe Ramos, pai biológico da menina Micaela, assassinada aos 4 anos de idade no RJ, já estão presos em Bangu RJ






Pai e madrasta de menina morta no Subúrbio do Rio vão para presídio
Micaela, de 4 anos, foi encontrada morta dentro de casa, em Brás de Pina.
Casal já tinha sido preso em flagrante na terça-feira (19).

Do G1 Rio

O pai e a madrasta da menina Micaela, de apenas 4 anos, encontrada morta na terça-feira (19) em Brás de Pina, no Subúrbio do Rio, foram encaminhados para o presídio após terem a prisão preventiva decretada. De acordo com a Secretaria Estadual de Administração Penitenciária, Joelma Souza Silva encontra-se na Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza e Felipe Ramos na Cadeia Pública José Frederico Marques. Ambas no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste.

Na quarta (20), a mãe da menina esteve no Instituto Médico Legal, para liberar o corpo da filha. Marlene de Almeida disse à polícia que a criança vivia com o ex-marido desde os dois anos de idade – quando ela ficou desempregada e que nunca percebeu sinais de maus tratos na filha.

Micaela foi encontrada morta, em casa, com marcas de espancamento. O pai e a madrasta foram indiciados por homicídio e fraude processual, já que teriam alterado a cena do crime.

Laudo

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) mostra que a criança tinha feridas e escoriações no rosto, no pescoço e nas pernas. O documento foi obtido com exclusividade pela Globonews. A causa da morte, no entanto, ainda depende de exames laboratoriais já solicitados.

A mãe da menina prestou depoimento na Divisão de Homicídios (DH) na manhã desta quarta-feira (20). Marlene de Almeida Rocha teria dito que não imaginava que seu ex-marido, Felipe Ramos da Silva, fosse capaz de matá-la. Ele e a atual mulher, Joelma Souza Silva, são os suspeitos do crime. Ambos foram presos em flagrante e vão responder por homicídio qualificado, sem possibilidade de defesa da vitíma.

De acordo com o depoimento, a mãe da menina afirmou que o ex-marido era tranquilo e que jamais a teria agredido. Para ela, Felipe sempre foi um bom pai. Marlene disse também, em depoimento, que, próximo ao Natal de 2015, entrou em contato com Felipe para marcar um encontro com a filha, mas não conseguiu.


Micaela, ainda segundo a mãe, passou a morar com o pai aos dois anos depois que Marlene ficou desempregada. A última vez que as duas teriam se encontrado aconteceu no início do ano passado. Ao questionar o pai sobre a magreza da criança, ele afirmou que estada tudo normal com a menina e que a levava ao pediatra semanalmente.

Para a polícia, a madrasta matou a menina. Em depoimento, ela negou o crime e disse que deu dipirona (medicamento analgésico e antipirético) a Micaela. Segundo o delegado André Leiras, no entanto, a criança tinha marcas em várias partes do corpo, como cabeça, palma da mão e membros inferiores. Ela também estava desnutrida.

Eram tantas lesões que será necessário exame complementar para definir a causa da morte"
André Leiras, delegado

"Eram tantas lesões que será necessário exame complementar para definir a causa da morte. Em 14 anos de polícia, nunca vi uma cena como essa", disse Leiras.

O filho de Joelma, Wellington Souza da Silva, 25 anos, também foi à DH prestar depoimento. Foi ele quem denunciou a mãe para a Polícia Militar após perceber que a menina estava morta.

Segundo o delegado, no depoimento ele contou que chegou em casa de madrugada e viu a menina dormindo no sofá como era de costume. Por volta das 9h desta terça, percebeu que havia algo estranho e viu que ela estava morta. O rosto da criança tinha várias marcas de escoriações.

O pai disse que não estava em casa e quando chegou ainda deu um beijo na filha que dormia. A policia diz que não acredita na versão dele porque a criança tinha vários hematomas no rosto. O delegado ainda não sabe que tipo de objeto foi usado na agressão.

Joelma e Felipe estão juntos há dois anos.  A polícia informou ainda que os cômodos da casa foram lavados após o crime, mas um teste com luminol, substância usada por peritos, apontou manchas de sangue.


Ainda de acordo com a polícia, a madrasta já respondeu por crime de lesão corporal em 2011. Não foi informado quem seria a vítima do crime.

Imagens feitas por vizinhos mostram o momento em que policiais militares levam para a delegacia o casal preso. Dezenas de moradores foram à Rua Carbonita para acompanhar a prisão e insultar os dois (veja no vídeo abaixo), que só não foram agredidos fisicamente porque foram protegidos pelos PMs.

De acordo com Robson Souza, o MC Guadamelo, 24 anos, vizinho da família no conjunto Guaporé e amigo de Wellington, Micaela sempre tinha hematomas e ferimentos pelo corpo, além de aparentar desnutrição. Uma vizinha chegou a fazer uma denúncia ao Conselho Tutelar, mas, segundo o MC, nenhum representante foi ao local para averiguar o caso. "Se fosse na Zona Sul tenho certeza de que alguém viria, mas aqui é comunidade, sabe como é, né?", comentou.

Ele conta que a menina estava sempre em sua casa, pois brincava com suas três filhas. "Eu e outros vizinhos já havíamos percebido que a menina sofria agressões e não era bem cuidada. Uma vez questionei Joelma sobre isso e ela me mandou cuidar de minha vida, porque da enteada ela cuidava", relembrou  ele, acrescentando que o perfil briguento da suspeita era conhecido.

"Ela (Joelma) brigou com a professora da creche porque não queria que Micaela tomasse banho lá. Achei muito estranho, já que minha filha da mesma idade frequenta a mesma creche e sempre toma banho antes de vir para casa. Acho que ela não queria que a professora visse as marcas de agressões no corpo da menina".



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